domingo, 23 de setembro de 2012





A pequena vendedora de fósforo, quase impossível ver e não chorar e pensar nos inúmeros vendedores de fósforos que passam todos os dias pelas nossas vidas.


Tomara- Vinicius de Moraes


Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

AMOUR...






E assim é o amor... cheio de altos e baixos, alegrias e decepções mas que valem apena ser superados quando realmente se ama, pois erros todos cometemos, mas se vivermos a ideologia do amor perfeito e romântico nunca seremos felizes no amor.

domingo, 16 de setembro de 2012



Inquilinos- Luis Fernando Veríssimo



Vamos pensar...

Nenhum de nós precisa acordar cedo para acender as caldeiras e checar se a Terra está girando em torno do seu próprio eixo na velocidade apropriada, e em torno do Sol de modo a garantir a correta sucessão das estações. Como em um prédio bem administrado, os serviços básicos do planeta são providenciados sem que se enxergue o zelador – e sem taxa de administração. 
Imagine se coubesse à humanidade, com sua conhecida tendência ao desleixo e à improvisação, manter a Terra na sua órbita e nos seus horários, ou se – coroando o mais delirante dos sonhos liberais – sua gerência fosse entregue a uma empresa privada, com poderes para remanejar os ventos e suprimir correntes marítimas, encurtar ou alongar dias e noites e até mudar de galáxia, conforme as conveniências de mercado, e ainda por cima sujeita a decisões catastróficas, fraudes e falência...
Imagine se no Juízo Final num cuidadoso inventário em que todos os estragos que fizemos no mundo seriam contabilizados e cobrados.
- Cadê a floresta que estava aqui? – Valia uma fortuna.
E:
- Este rio não está como eu deixei...
E, depois de uma contagem minuciosa:
- Estão faltando cento e dezessete espécies.
A Humanidade poderia tentar negociar. Apontar as benfeitorias – monumentos, parques, áreas férteis onde outrora existiam desertos – para compensar a devastação. O Proprietário não se impressionaria.
- Para o que eu quero o Taj Mahal? Sete Quedas era muito mais bonita.
- E a catedral de Chartres? Fomos nós que construímos. Aumentou o valor do terreno em...
- Fiquem com todas as suas catedrais, represas, cidades e shoppings, quero o mundo como eu o entreguei.
Não precisamos de uma mentalidade ecológica. Precisamos de uma mentalidade de locadores. E do terror da indenização.